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Crítica: Law & Order SVU estreia 22ª temporada de forma relevante e madura

Numa Season Premiere histórica, Law & Order: SVU retorna disposta a falar de temas difíceis e se manter cada vez mais relevante.

Guardians and Gladiators, Law & Order - SVU
Imagem: Virginia Sherwood/NBC
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Law & Order: SVU e uma importante mea culpa

Desde quando o movimento Black Lives Matter (ou Vidas Negras Importam) começou, há uma intensa discussão em Hollywood, em organizações sociais, como Color of Change, e mídias independentes, como The Appeal, sobre a influência que séries policiais tiveram no decorrer dos anos na construção da imagem de uma força polícia infalível. A julgar pela Season Premiere de Law & Order SVU exibida na última quinta-feira (12) nos Estados Unidos, os produtores entenderam muito bem a mensagem que tinham que passar: estamos aqui para aprender e, sim, fazer uma mea culpa.

A problemática de “Guardians and Gladiators” começa com uma situação que, infelizmente, foi tirada das manchetes. Uma mulher branca, claramente descontrolada e racista, chama a polícia pelo fato de um homem negro estar ‘assustando’ seu filho. As autoridades chegam e a situação escala rapidamente. Uma vítima de violência sexual é encontrada e a polícia usa de uma força desproporcional para imobilizar o homem negro por ser, subitamente, suspeito do estupro. Ele é levado para delegacia, mas logo se percebe que ele não tem nada a ver com aquela situação. O problema para a capitão Benson é que o momento da prisão viralizou e até mesmo a Unidade de Vítimas Especiais é forçada a reavaliar suas próprias posturas e lidar com racismo institucional.

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Imagem: Divulgação.

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Quem assiste Law & Order: SVU há tanto tempo como este que vos escreve, sabe que brutalidade policial não é um tema novo. Arrisco em dizer que o roteiro já abordava esses temas quando eles nem eram tão relevantes nas nossas discussões sociais. Mas desta vez é diferente. Há uma compreensão histórica muito importante sobre o momento que estamos vivendo, tal qual uma abordagem notável sobre temas difíceis. Não há moralismo, tampouco lições de moral. O que temos é um convite para sentarmos e refletirmos sobre eu, você e o que estamos fazendo no mundo real.

É mudança de verdade que você quer e deseja?

Embora aplauda a forma na qual o roteiro abordou essas questões de uma forma sóbria e honesta, acredito que faltaram alguns elementos que transformariam “Guardians and Gladiators” numa catarse. Primeiramente, é importante lembrar que a cidade de Nova York é ultra-liberal. Principalmente depois que Donald Trump resolveu ser presidente. Sendo assim, seria esperado uma manifestação na cidade, algo bastante similar com aquelas que aconteceram após o assassinato de George Floyd. É verdade que as restrições causadas pelo Coronavírus impossibilitam qualquer coisa nesse sentido, mas a tecnologia é um recurso muito útil nesses casos. Pelo menos é o que dizem.

Outra ausência notável: uma manifestação do prefeito da cidade. Embora seja uma pergunta relevante também para a Nova York do mundo real, acredito que seria interessante, mesmo que na ficção, o chefe do executivo municipal reconhecer o problema e prometer mudanças. Pode ser utopia, cinismo, ou até mesmo um excesso de otimismo da minha parte, mas seria tão difícil uma série tão importante para sociedade americana ser responsável por engatilhar alguma mudança? Acredito que não, razão pela qual defendo que o roteiro seja o mais verossímil possível daqui para frente.

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Mudanças refletidas

Em suma, ficou bastante claro nessa Season Premiere que a série entende que o mundo mudou. Não estamos mais em 1999, 2009 ou 2019. Certas situações não serão mais toleradas, tal qual notas ou tweets de pesar e/ou de repúdio. A sociedade e, principalmente a comunidade negra, clamam por mudança. Não basta se autodeclarar aliado e publicar uma imagem escura no Instagram. É preciso fazer uma autoanálise e entender nossos próprios preconceitos. Marchar é importante. Fazer doações, caso tenha condições, para tais organizações são importantes. Mas é preciso ser antiracista todos os dias e votar direito a cada dois anos.

Law & Order: SVU deu um passo muito importante aqui. Esperamos, contudo, que seja um comprometimento a longo prazo e não um caso isolado.

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Sobre o autor
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Bernardo Vieira

Redação

Bernardo Vieira é um jornalista que reside em São José, Santa Catarina. Bacharel em direito pela Universidade do Sul de Santa Catarina, jornalista e empreendedor digital, é redator no Mix de Séries desde janeiro de 2016. Responsável por cobrir matérias de audiência e spoilers, ele também cuida da editoria de premiações e participa da pauta de notícias diariamente, onde atualiza os leitores do portal com as mais recentes informações sobre o mundo das séries. Ao longo dos anos, se especializou em cobertura de televisão, cinema, celebridades e influenciadores digitais. Destaques para o trabalho na cobertura da temporada de prêmios, apresentação de Upfronts, notícias do momento, assim como na produção de análises sobre bilheteria e audiência, seja dos Estados Unidos ou no Brasil. No Mix de Séries, além disso, é crítico dos mais recentes lançamentos de diversos streamings. Além de redator no Mix de Séries, é fundador de agência de comunicação digital, a Vieira Comunicação, cuido da carreira de diversos criadores de conteúdo e influenciadores digitais. Trabalha com assessoria de imprensa, geração de lead, gerenciamento de crise, gestão de carreira e gestão de redes sociais.

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