Critica: 2ª temporada de Baby, da Netflix, é fraca e desinteressante 

Crítica da segunda temporada da série Baby, atração original da Netflix que retornou para seis episódios inéditos em 2019.

Imagem da 2ª temporada de Baby
Imagem: Netflix/Divulgação

Baby se esforça, mas sua trama continua não convencendo 

Baby, série da Netflix, tem sua trama a baseada em acontecimentos reais de 2014 sobre duas estudantes de uma escola de elite em Roma que entram no mundo da prostituição.

Os seis novos episódios da segunda temporada da série dão continuidade a história de Chiara (Benedetta Porcaroli) e Ludovica (Alice Pagani) que entram no ramo da prostituição cada uma por seus motivos e agora precisam lidar com as consequências e o peso de manter tudo em segredo. 

Como nossa querida Gossip Girl dizia, ou devo dizer, Dan Humphrey, “a vida da elite é algo como Fitzgerald e Thackeray, adolescentes agem como adultos, adultos agem como adolescentes, guardando segredos, espalhando fofocas com tudo que a riqueza pode proporcionar”. Com essa reflexão, podemos reconhecer tanto a série Elite como Baby. No entanto a primeira é bem-sucedida em questões de trama, elenco e popularidade, enquanto Baby falha em todos os quesitos. 

O ensino médio é uma fase turbulenta para muitos jovens. Associe problemas cotidianos da escola, o bullying, problemas familiares, homofobia e prostituição de menores e você terá uma receita para um verdadeiro drama. Baby tenta capturar a essência da vida jovem, mas entrega histórias rasas e desinteressantes. A tentativa de explorar a vida secreta dos filhos da elite de Roma não convence. É tanto melodrama que não consegue ser atraente ao espectador. 

Novos episódios de Baby exploram os segredos dos estudantes 

Para refrescar a memória para aqueles que não lembram mais dos personagens, Chiara é uma das melhores alunas da escola, mas lida com alguns problemas em casa com os pais. Ludovica vem de uma família fracassada e uma relação problemática com sua mãe. Damiano, o aluno novo que se torna o novo interesse amoroso de Chiara, mas precisa lidar com seus próprios problemas. Temos ainda Fábio, que é o filho do diretor da escola. Depois que se assume gay, ele começa a viver um inferno astral dentro e fora da escola com ataques e perseguições. Niccoló, o aluno que tem um caso com uma das professoras, e o resto do elenco completa o cenário estudantil. 

Chiara e Ludovica continuam ainda mais envolvidas com o esquema de prostituição. No entanto, se torna cada vez mais difícil manter as aparências de meras alunas. Ludovica bem que tentou se afastar de tudo, mas a promessa rapidamente foi desfeita. Chiara ainda faz programas com o pensamento de se sentir viva, tendo a possibilidade de ser quem quiser na sua privacidade. Mas lidar com a pressão de seu “chefe” e um cliente stalker são apenas alguns dos problemas dessas duas amigas. 

Um dos problemas de Baby é não saber trabalhar com muitos personagens em cena. Quando estão separados lidando com suas próprias questões é possível conhecer melhor cada um deles e seus dilemas. Porém quando estão juntos interagindo é uma completa bagunça, basicamente estão apenas brigando. 

Considerações finais 

Em geral, Chiara continua narrando essa história, e em seus discursos esclarece que para sobreviver na alta sociedade é precisa ter uma vida secreta. Ainda que o roteiro tente explicar o comportamento desse grupo de estudantes, grande parte de suas ações não tem muita lógica e explicação. 

A trama de Baby parece apenas mais do mesmo, mostra um grupo de alunos entediados e emocionalmente abalados, procurando sua identidade e um sentido para suas vidas. São jovens em constante conflito que as vezes tomam decisões arriscadas e as vezes ingênuas demais e depois lidam com suas consequências. 

Baby é escrito por um grupo de roteiristas conhecido como GRAMS, mas parece que eles não encontraram a maneira certa de trabalharem juntos. O resultado é uma temporada fraca e sem muitos atrativos. A trilha sonora continua sendo a melhor coisa da serie. Mas uma produção de TV não vive só de música. Sem um elenco carismático e uma trama sólida e minimamente interessante, fica difícil Baby sobreviver a mais uma temporada. 

Sobre o autor
Yuri Moraes

Yuri Moraes

Redação

Yuri Moraes é formado em Direito e Marketing Digital e atualmente cursa Produção Cultural. Morador do Rio de Janeiro, sempre foi um grande apaixonado por conteúdo audiovisual e o universo da cultura pop. Um cinéfilo declarado, um seriador nato. Formado em teatro, descobriu sua paixão pela escrita e desde então vem estudando e se capacitando como escritor. Redator do Mix de Séries desde 2016, se desenvolveu como profissional da área e já colaborou com diversos textos em formato de críticas, reviews semanais e notícias. Através de seus textos busca sempre apresentar uma análise pessoal, técnica e sincera das produções que assiste, sem deixar o bom humor de lado. Sempre atualizado nos assuntos do momento, faz cobertura de diversos eventos representando o site. Outra paixão que caminha lado a lado é produção de eventos. Colecionando em seu currículo experiências em grandes eventos, possui verdadeira paixão em fazer parte do processo de construção e execução de eventos culturais. Com isso, equilibra seu trabalho de departamento pessoal com o ofício de escritor e produtor cultural.

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