Como a Netflix vai cobrar taxa de quem compartilhar senha

A Netflix em breve vai cobrar dos usuários da conta principal uma taxa extra para quem compartilhar sua senha com pessoas de fora de sua casa. E isso é uma realidade. Um teste em alguns países começou a ser feito nesta semana, e a ideia é expandi-lo para todo o mundo.

A empresa, em muitos aspectos, mudou o jogo para o consumo de mídia desde que surgiu pela primeira vez em 1997. O modelo de negócios da Netflix de oferecer streaming, que começou em 2007, alterou fundamentalmente a transmissão tradicional de televisão e cinema ao oferecer títulos por meio de “SVOD”. Dessa forma, desencadeando uma guerra de streamings com vários lançamentos.

No ano passado, o total de assinaturas globais de streamings ultrapassou a impressionante marca de 1 bilhão de assinaturas. E a Netflix, claro, reinou entre eles. Em janeiro deste ano, o serviço de streaming anunciou que aumentaria seu preço nos Estados Unidos em 2 dólares – algo próximo de R$10,00 no Brasil. Ela, com isso, se tornou o streaming mais caro norte-americano, ficando acima do HBO Max lá fora, que já é considerado caro.

Mercado está assustando a Netflix

No ano passado, a Netflix também integrou uma ferramenta de verificação de conta para tentar reduzir o compartilhamento de senhas. Embora, os usuários às vezes conseguissem contornar a ferramenta e permitir que outras pessoas usassem suas contas simplesmente enviando o código de confirmação, por exemplo.

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Nos EUA e Canadá por exemplo, a Netflix relata cerca de 75 milhões de assinantes. Globalmente, esse número é de cerca de 222 milhões. Mas outros concorrentes de streaming estão rapidamente tomando parte da liderança da Netflix com suas ofertas agressivas de franquia e redução de preços.

Por exemplo, a Disney, que oferece o Disney+ com preços que chegam a quase R$20,00 (valor convertido) mais barato que a Netflix nos EUA, fechou 2021 com 179 milhões de assinantes totais em todas as plataformas. O Disney + sozinho ultrapassou 100 milhões de assinantes, depois de chegar ao mercado pouco mais de um ano antes.

Vale ressaltar, além disso, que os retornos da Netflix no ano passado foram um pouco decepcionantes. Tudo isso, para a quem é chamada como “a rainha do streaming”. Em partes, devido à intensidade de sua competição mais recente, que só aumentou ainda mais desde que os modelos de audiência migraram durante a pandemia. Para permanecer no topo, a Netflix deve continuar produzindo títulos que chamam a atenção e muitas vezes caros. No entanto, seus usuários podem sentir as consequências em breve.

A Netflix vai cobrar de quem compartilha senha, e pretende ganhar muito dinheiro com isso

Conforme a Variety relatou em primeira mão, em um teste anunciado pelo diretor de inovação de produtos da Netflix, Chengyi Long, os titulares de contas principais da Netflix no Chile, Peru e Costa Rica agora terão um custo para adicionar “usuários extras”. Ou seja, em termos brutos, a Netflix vai cobrar de quem compartilha senha.

Enquanto os usuários que não são os titulares da conta principal poderão transferir seus perfis de visualização para criar uma nova conta. Ou ainda, serem adicionados à conta de outra pessoa (novamente, com um novo custo adicional para os titulares da conta principal).

Se esse teste for bem-sucedido nesses países, a Netflix pode expandir o método em todo o mundo. Em um esforço, portanto, para esmagar os usuários que “roubam” as senhas de amigos. A finalidade, dessa forma, é aumentar sua base de assinantes.

Long disse isso sobre a nova estratégia da empresa:

“Sempre facilitamos para as pessoas que moram juntas compartilhar sua conta Netflix, com recursos como perfis separados e vários fluxos em nossos planos Standard e Premium. Embora sejam muito populares, eles também criaram alguma confusão sobre quando e Como a Netflix pode ser compartilhada. Como resultado, as contas estão sendo compartilhadas entre as famílias – impactando nossa capacidade de investir em ótimas novas TVs e filmes para nossos membros.” (via ScreenRant)

Como fica a plataforma daqui para frente?

Esta notícia vem logo após um ano particularmente ruim para a Netflix. Pois eles tiveram a menor taxa de crescimento de assinantes desde 2015 até o final de 2021.

Em uma carta aos acionistas enviada em janeiro deste ano, a plataforma reconheceu que “a batata estava assando”. Nela, foi dito: “os consumidores sempre tiveram muitas opções quando se trata de entretenimento – competição que só se intensificou nos últimos 24 meses, à medida que empresas de entretenimento de todo o mundo desenvolvem sua própria oferta de streaming“.

A plataforma também anunciou sua expansão para o lucrativo negócio de videogames, que provavelmente os diferenciará um pouco. Assim, compensando um grupo cada vez menor de assinantes em potencial. Com o anúncio deste novo teste, a Netflix está sinalizando sua falta de paciência com os usuários que “roubam senha” dos amigos. Tudo isso, da forma mais educada possível. Embora, a mensagem seja clara.

É uma jogada ousada começar este teste logo após o anúncio de um aumento, que vale ressaltar ainda não chegou ao Brasil. Embora a plataforma, em geral, tenha experimentado um boom devido aos hábitos de audiência ao longo da pandemia, o campo desse jogo está se nivelando. E com essa jogada, a Netflix está tentando manter sua liderança, de forma bem simples: criando novos usuários. No entanto, com a inflação e o aumento dos preços do gás no fundo da mente de todos os consumidores, é difícil prever como a base de consumidores da Netflix pode reagir.

É uma aposta que a empresa, conhecida por ser implacável em termos de sua estratégia de negócios, está disposta a fazer para manter a supremacia do streaming da Netflix, a qualquer custo. Resta saber se dará certo.

Anderson Narciso

Editor-chefe

Criador do Mix de Séries, atua hoje como redator e editor chefe do portal que está no ar desde 2014. Autor na internet desde 2011, passou pelos portais Tele Séries e Box de Séries, antes de criar o Mix. Formado em História pela UFJF e Mestre em História da Saúde pela Fiocruz/RJ, Anderson Narciso se aventurou no mundo da criação de conteúdo para Internet há 15 anos, onde passou a estudar sobre Google, SEO e outras técnicas de produção para web. É também certificado em Gestão Completa de Redes Sociais pela E-Dialog Comunicação Digital, além de estudar a prática de Growth Hack desde 2018, em que é certificado. Com o crescimento do site, e sua parceria com o portal UOL, passou a atuar na cobertura jornalística, realizando entrevistas nacionais e internacionais, cobertura de eventos para as redes sociais do Mix de Séries, entre outros. Atua como repórter no Rio de Janeiro e São Paulo, e pelo Mix já cobriu eventos como CCXP, Rock in Rio, além de ser convidados para coberturas e entrevistas presenciais nos Estúdios Globo, Netflix, Prime Vídeo, entre outros. No Mix de Séries, com experiência de dez anos, se especializou no nicho de séries e filmes. Hoje, como editor chefe, é o responsável por eleger as pautas diárias do portal, escolhendo os temas mais relevantes que ganham destaque tanto nas notícias quanto nas matérias especiais e críticas. Também atua como mediador entre a equipe, que está espalhada por todo o Brasil. Atuante no portal Mix de Séries diariamente, também atende trabalhos solicitados envolvendo crescimento de redes sociais, produção de textos para internet e web writing voltado para todos os nichos.

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