Pinguim | A história real do episódio 4 inspirada nos Kennedy

Muitos fãs podem não ter pescado, mas trama de Sofia no episódio 4 de Pinguim teve uma inspiração real vindo direto dos Kennedy.

Pinguim Episodio 4 Kennedy
Imagem: Divulgação.

O episódio 4 de Pinguim, intitulado “Cent’Anni”, chocou muitos fãs ao explorar o passado sombrio de Sofia Falcone e seu tempo no Asilo Arkham. Mas o que surpreende ainda mais é que a trajetória de Sofia dentro da instituição tem uma forte conexão com uma história real, envolvendo uma das famílias mais poderosas dos Estados Unidos: os Kennedy, em especial, o caso trágico de Rosemary Kennedy.

A História Real por Trás de Sofia Falcone

Pinguim Episodio 4 Kennedy
Imagem: Divulgação.

O arco de Sofia, interpretada por Cristin Milioti, revela que ela foi internada em Arkham por ordens de seu próprio pai, Carmine Falcone, que desejava silenciá-la após ela descobrir que ele estava por trás de uma série de assassinatos. Para garantir que ela não tivesse credibilidade, Sofia foi submetida a choques elétricos e outros “tratamentos” invasivos que a transformaram em alguém “desequilibrada”. Essa trama foi diretamente inspirada pela história real de Rosemary Kennedy, a irmã menos conhecida de John F. Kennedy.

Rosemary nasceu com uma leve deficiência intelectual, o que sempre a colocou em desvantagem dentro de uma família cheia de personalidades de destaque. Para tentar “resolver” isso, Joseph Kennedy, pai de Rosemary e um dos homens mais influentes dos EUA na época, optou por submetê-la a uma lobotomia — um procedimento extremamente controverso e invasivo na época, que prometia tratar doenças mentais. O resultado foi devastador: Rosemary perdeu praticamente todas as suas funções motoras e cognitivas, sendo relegada a uma instituição, longe dos olhos do público, enquanto sua família continuava a brilhar no cenário político.

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Os Paralelos Entre Sofia e Rosemary no episódio 4 de Pinguim

O episódio 4 de Pinguim explora como o poder e a reputação foram colocados acima da vida e saúde das filhas, tanto na ficção quanto na realidade. Carmine Falcone, assim como Joseph Kennedy, não hesita em sacrificar o bem-estar da filha para proteger seus próprios interesses e imagem. Ambos viam suas filhas como ameaças para suas estruturas de poder — uma visão fria e profundamente misógina. Enquanto Rosemary foi silenciada para que sua condição não afetasse a imagem pública dos Kennedy, Sofia foi jogada em Arkham para garantir que os crimes de seu pai ficassem encobertos.

A série usa essa base histórica para criar um paralelo dramático, mostrando Sofia como vítima da ambição de seu pai, mas também como alguém que, diferente de Rosemary, ainda tem uma chance de lutar de volta. Sua determinação em reivindicar o império dos Falcone já começou a tomar forma, o que promete criar uma narrativa intensa nos próximos episódios.

A Triste Realidade do Controle Patriarcal

O que o episódio 4 de Pinguim consegue fazer de forma tão eficiente é trazer uma reflexão sobre como o controle patriarcal afeta não só a vida pública, mas também a vida privada dessas famílias poderosas. A história de Sofia é uma triste lembrança de como mulheres foram (e ainda são) usadas como peões em jogos de poder, seja no mundo real ou no submundo de Gotham.

Em resumo, “Cent’Anni” vai além da ficção e toca em questões reais de poder, misoginia e o peso de ser mulher em famílias dominadas por homens. A inspiração no caso de Rosemary Kennedy traz uma profundidade inesperada para o arco de Sofia, criando uma história tão brutal quanto realista.

Sobre o autor
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Matheus Pereira

Coordenação editorial

Matheus Pereira é Jornalista e mora em Pelotas, no Rio Grande do Sul. Depois de quase seguir carreira na Arquitetura, enveredou para o campo da Comunicação, pelo qual sempre nutriu grande paixão. Escritor assíduo na época dos blogs, Matheus desenvolveu seus textos e conhecimentos em Cinema e TV numa experiência que já soma quase 15 anos. Destes, quase dez são dedicados ao Mix de Séries. No Mix, onde é redator desde 2014, já escreveu inúmeras resenhas, notícias, criou e desenvolveu colunas e aperfeiçoou seus conhecimentos televisivos. Sempre versando pelo senso crítico e pela riqueza da informação, já cobriu eventos, acompanha premiações, as notícias mais quentes e joga luz em nomes e produções que muitas vezes estão fora dos grandes holofotes. Além disso, trabalha há mais de dez anos no campo da comunicação e marketing educacional, sendo assessor de imprensa e publicidade em grandes escolas e instituições de ensino. Assim, se divide entre dois pilares que representam a sua carreira: de um lado, a educação; de outro, as séries de TV e o Cinema.